No grupo de mulheres que se destacam por desempenharem um papel crucial para fazer de nossa sociedade um lugar melhor e mais justo para todos está a educadora social Andrielli Guimarães Carvalho, de 32 anos, que atua no Centro de Referência para Pessoa em Situação de Rua (Centro Pop).

Por meio das expressões artísticas, "Dri", como é carinhosamente chamada, exalta a sua trajetória de mulher da baixada, da quebrada, do bairro Gurigica e, vem mostrando que é possível romper ciclos de vida "viciosos". 

Elizabeth Nader
Daniele Solano, coordenadora do Centro POP
Andrielli, ao lado da coordenadora do Centro Pop, Danielle Solano, realiza roda de conversa com acolhidas no espaço. (ampliar)

Como? Dri fala da sua própria história. Aos 17 anos, enquanto participava de uma oficina de dança no Centro de Referência da Juventude (CRJ) de Vitória, viu, pela primeira vez, que como mulher preta podia ser o que quisesse. 

A chave virou vendo outras mulheres negras no grupo de dança urbana - o Conexão Flow. De lá para cá, Dri, que é mãe solo de Henrique, de 10 anos, e Cristal, 4, foi galgando outros espaços e descobriu seu potencial para fazer a interlocução com famílias de adolescentes do seu território para incentivarem a participação naquele espaço e outros projetos sociais. 

No Centro Pop, onde atua há sete anos, a educadora social disse que faz articulações para o fortalecimento das manas, dar visibilidade, empoderar outras mulheres e potencializar talentos por meio das artes. "Toda vez que uma delas avança a gente avança junto. Eu avanço de alguma maneira", expressou ela. 

Elizabeth Nader
Andrielle ladeada por Karolina, Iza, Vilma, Rita e Kamila
Andrielle ladeada por Karolina, Iza, Vilma, Rita e Kamila. (ampliar)

E ela quer avançar até a realização de um sonho construído ao longo dessa jornada: ingressar na faculdade de Serviço Social e, finalmente, conquistar o diploma de Assistente Social. 

"Sei que vou consegui. A maioria acredita em mim. Sonho em participar de editais maiores , obter mais recursos para trabalhar muito mais para fazer festivais, para mostrar as potencialidades dessas pessoas. Quero trazer tudo que seja cultura para dentro desse espaço", revelou ela. 

Andrielli disse que haverá sinais quando concluir a graduação. "Quero atuar como assistente social aqui, no Centro Pop. Meu escritório será no meio da galera, junto aos usuários. Minha mesa estará no pátio", ressaltou ela. 

Emocionada, a educadora social disse que dissemina que duas mulheres que dão as mãos tornam-se seres humanos gigantes, ainda mais potentes. "As dificuldades não impedem sonhos, lutar, executar e realizar", afirma.

A secretária de Assistência Social, Cintya Schulz, diz: "Quanto compromisso e sonhos cabem em uma mulher? É a pergunta que me faço ao ler o relato da trajetória da Dri". 

Cintya acrescentou que Andrielli sabe que realiza com mestria seu trabalho e continua sonhando. "Temos muitas mulheres com sonhos na Semas e esses, normalmente, vão na direção de impactar as pessoas com seu trabalho", contou a secretária.